sábado, 13 de fevereiro de 2016

Labirinto - A Magia do Tempo (Jim Henson, 1986)

Labirinto - A Magia do Tempo

Labirinto - A Magia do Tempo (Labyrinth, 1986) é um filme de aventura-fantasia-musical dirigido por Jim Henson, criador e manipulador dos Muppets, produzido por Eric Rattray em conjunto com George Lucas com trilha sonora composta por David Bowie.
É muita gente boa envolvida nisso aqui.

David Bowie, além de compor a maravilhosa trilha sonora (juntamente com o compositor sul-africano Trevor Jones), atua no papel do antagonista, Jareth, o Rei dos Duendes. Um papel memorável.

A história é simples. Sarah Williams (interpretada pela Jennifer Connelly), uma garota mimada, fica aborrecida por ter que cuidar de seu irmão caçula enquanto seus pais estão fora. Em meio aos choros insuportáveis do pequenino Sarah deseja se livrar da criança e seu pedido é prontamente atendido pelo Jareth, o Rei dos Duendes. Arrependida ela inicia uma jornada através de um mundo mágico, passando por um labirinto, até chegar ao castelo de Jareth e resgatar seu irmão.

Jareth Labyrinth
Jareth, O Rei dos Duendes - Interpretado por David Bowie

O design dos bonecos que aparecem no filme é um conceito de Brian Froud, um ilustrador que trabalha bastante com temas ligados a fantasia infantil, e criado pela Jim Henson's Creature Shop.
A colaboração entre Jim Henson e Brian Froud começou em 1982 na produção do filme "O Cristal Encantando" (The Dark Crystal), um filme que foi um gracasso de bilheteria por ser um filme infantil "sombrio demais" e que teve o azar de ter o blockbuster "ET, o Extraterreste" (E.T.) de Steven Spielberg, como concorrente.

Terry Jones do Monthy Pyton escreveu o primeiro esboço do roteiro do filme em 1984 baseando-se nos desenhos de Brian Froud. Depois disso vários outros roteirista fizeram contribuições ao script, como Laura Phillips (que escreveu vários episódios de Fraggle Rock, a Rocha Encantada - uma série de televisão primariamente estrelando personagens Muppets chamados de "Fraggles"), George Lucas, Dennis Lee e Elaine May.

Ao longo do tempo o filme ganhou status de "cult" e tornou-se popular pelo estilo e o design imaginativo. Além das músicas, óbvio.

O filme, apesar de possuir uma influência bastante clara de "O Mágico de Oz" e "Alice no Pais das Maravilhas", é uma espécie de adaptação de um livro de gravuras infatil chamado "Outside Over There" de Maurice Sendak, que conta a história de uma jovem chamada Ida que deve resgatar sua irmãzinha que foi roubada por Goblins.

Não é um filme perfeito. Tudo nesse mundo mágico parece acontecer de forma arbitrária, os conflitos são resolvidos de formas simplórias (cheio de conveniências e "Deus ex machina") e seu peso dramático é bastante minguado, especialmente por conta da protagonista. Jennifer Connelly, apesar de estar belíssima e hipnótica (que olhos), está atuando de forma horrível nesse filme.

Ludo Labyrinth
Sarah (Jennifer Connely) e Ludo

Ludo
Ludo
As qualidades do filme são especialmente visuais. A começar pelos olhos maravilhosos de Jennifer Connely (já elogiei os olhos dela não?).
Os bonecos são divertidíssimos. Combinam o mágico ao bizarro e misterioso. Alguns personagens como o gigante gentil Ludo são memoráveis. Mas é Jareth, interpretado por Bowie, que rouba a cena toda vez que aparece. É um ser que combina uma elegância sedutora com certo tom de ameaça. Um antagonista fascinante. As melhores cenas são com ele. Minha preferida é o baile de máscaras onde toca a belíssima música " As The World Falls Down" (minha música preferida do filme também).
Todas as músicas evocam mistério e celebração, algumas bastante empolgantes e dançantes como "Magic Dance" e "Chilly Down".

Sarah (Jennifer Connely)
Sarah (Jennifer Connely)

O humor funciona, é travesso e infantil.

Enfim, pesando as qualidades e defeitos do filme temos um saldo bastante positivo no final. Vale a pena assistir.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2016

Furyo, Em Nome da Honra (1983, Nagisa Oshima)



"Furyo, Em Nome da Honra" (Merry Christmas Mr Lawrence) é um filme de 1983 dirigido por Nagisa Oshima e baseado nas experiências de Sir Laurens Jan van der Post durante a Segunda Guerra Mundial como prisioneiro de guerra.

A história do filme se passa em 1942, num campo de concentração na ilha de Java. O prisioneiro Jack Celliers (David Bowie) provoca um conflito quando decide não obedecer às regras do capitão Yonoi (Ryuichi Sakamoto). Punk's not Dead. I'm British Motherfucker! A insolência é respondida com violência e isso também recai nos outros prisioneiros, obrigando o racional e diplomático John Lawrence (Tom Conti), outro prisioneiro, a tentar acalmar os ânimos de ambos os lados.

O filme é bom. Foi premiado pela British Academy of Film and Television Arts com a melhor trilha sonora. Recebeu prêmio de filme mais popular pela Academia Japonesa. Tom Conti recebeu o prêmio de melhor ator pelo National Board of Reaview (apesar do David Bowie estar atuando melhor). Recebeu também mais 5 prêmios no Mainichi Eiga Concours, incluindo melhor filme. Fora isso, foi indicado ao Festival de Cannes concorrendo a Palma de Ouro.

Uma das curiosidades mais interessantes do filme é que ele conta com três expoentes da música. David Bowie, Takeshi Kitano, um cantor popular do Japão e Ryuichi Sakamoto, também responsável pela trilha sonora do filme. Sakamoto ficou conhecido por ter feito a trilha sonora para o filme "O Último Imperador" de Bernardo Bertolucci. Para "Furyo" a trilha sonora minimalista é, como bem disse o crítico Sidnei Cassal para o Plano Crítico, um intérprete invisível que acrescenta uma abordagem onírica das cenas.

Mas não é apenas a trilha sonora que foi bastante comentada. O filme sugere um subtexto homossexual impregnado no militarismo (velha relação sexual de dominação e subjugação - coisa compartilhada na cultura militar e erótica ao mesmo tempo). Especialmente na relação entre Jack Celliers (David Bowie) e o capitão Yonoi (Ryuichi Sakamoto). É uma abordagem sincera, não invasiva e até poética. Mas, dado aos contextos militantes de hoje, as pessoas podem reduzir o filme a apenas isso e tornar as discussões impregnadas de uma chatíssima politização. O filme é muito mais do que isso, as entrelinhas homoeróticas são apenas... entrelinhas. A grande força do filme reside na abordagem sobre choque de culturas e a relação entre os indivíduos. Temos a nivelação dos sujeitos, mesmo vindo de culturas radicalmente diferentes que, quando confinados no mesmo espaço por muito tempo, criam o inesperado sentimento de empatia, tolerância e amizade - mesmo em lados opostos de uma guerra.
Temos aqui uma bela abordagem sobre indivíduo e Nação. Uma lição que perpassa todo o filme é que toda Nação é composta por indivíduos mas nenhuma Nação pode ser um indivíduo.

O filme é uma grande celebração de fraternidade entre os povos.

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