The Last Laugh (Der letzte Mann, ou A Última Gargalhada) é um filme de 1924 dirigido por F.W. Murnau e escrito por Carl Mayer, seu parceiro nos filmes Gabinete do Dr. Caligari, The Haunted Castle, Herr Tartüffe, Aurora e Os Quatro Demônios.
O filme é estrelado Emil Jannings, conhecido tanto por suas colaborações com Murnau quanto por atuação em filmes de propaganda nazista posteriormente.
The Last Laugh faz parte de uma espécie de sub-movimento cinematográfico alemão chamado "Kammerspiel".
Sua características principais era o pouco uso de diálogo, a quase completa ausência de interlúdios e o foco na personalidade dos personagens. Além disso ele compartilha com o Movimento Expressionista os aspectos subjetivos mas se distancia para o lado diametralmente oposto deste por adotar uma estética realista e não distorcida.
Tudo isso é expresso no filme que, talvez, seja o seu representante mais famoso.
A história do filme é simples. Um carregador de malas de um hotel é forçado a mudar de cargo em virtude de sua avançada idade. Com isso o personagem entra numa crise depressiva e o filme passa a ser uma viagem subjetiva guiada pela angústia diante de sua decadência física e do seu orgulho ferido.
O crítico e historiador francês Lotte H. Eisner disse que esse filme representa uma "típica tragédia alemã" que só pode ser entendida plenamente em um país onde quem tem um uniforme (mesmo de um carregador de malas) sente-se rei, para não dizer "deus".
A história do filme é algo que oscila entre o patético e o trágico.
Algo próximo ao que fazia a literatura de Hermann Broch, especialmente no seu livro Sonâmbulos, onde ele coloca um certo holofote na mística do "uniforme", que transformava em heróis as figuras mais patéticas.
O filme foi um grande sucesso de público e crítica. Além da história, entre os diversos detalhes elogiados do filme ,o estilo e os movimentos artísticos da câmera são os que mais se destacam. A câmera ganhou uma função narrativa importante nesse filme. Deixou de ser apenas uma ferramenta mecânica para capturar imagens e ganhou expressão através da liberdade de exploração espacial de uma forma nunca antes vista no cinema. Nota 8.
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