Blow Out (no Brasil conhecido como "Um Tiro na Noite") é um thriller escrito e dirigido por Brian De Palma em 1981. O filme é estrelado por John Travolta no papel Jack Terry, um técnico de efeitos sonoros para filmes de baixo orçamento que, enquanto gravava sons para um slasher, captura, por acaso, o áudio de um assassinato envolvendo um presidenciável. Temos também Nancy Allen, que faz o papel de Sally Bedina, uma jovem que Jack resgasta durante o crime.
O elenco de apoio inclui John Lithgow e Dennis Franz.
Al Pacino foi considerado para fazer o papel de Jack Terry mas Brian escolheu John Travolta de última hora. Foi John Travolta que pressionou Brian De Palma para colocar Nancy Allen no papel de Sally. De Palma exitou no começo - ele e Allen estavam casados há apenas 2 anos e ele queria preservar a resputação de Allen, evitando que as pessoas pensassem que ele a colocou no filme apenas por isso.
A escolha do elenco se mostrou, no final, bem sucedida. O filme recebeu ótimas críticas. As performances de John Travolta e Allen, a direção de Brian De Palma e o estilo visual são frequentemente citados como os pontos mais fortes do filme.
Pauline Kael, crítica de cinema do jornal The New Yorker, fez elogios ao desempenho de John Travolta e Nancy Allen. Robert Ebert fez uma crítica bastante positiva no Chicago Sun-Times elogiando a inteligência cinematográfica de Brian De Palma.
Os críticos também reconheceram uma ligação estilística e narrativa com o trabalho de Alfred Hitchcock, a quem Brian De Palma admira.
A audiência do filme também foi boa, não apenas grande e crescente como também especializada. Por ser um "filme sobre fazer filmes" Blow Out atraiu uma audiência de novos cineastas que utilizavam o filme até mesmo como objeto de estudo e formação própria. Em particular, Quentin Tarantino, que lista este filme ao lado de Rio Bravo e Taxi Driver como um dos seus três filmes favoritos e que ajudou ele a fazer carreira cinematográfica.
A ideia de Blow Out veio para Brian De Palma enquanto ele trabalhava em outro thriller, Dressed to Kill, de 1980.
O filme, tanto no título quanto na trama, é diretamente baseado no clássico Blow Up, filme de Michelangelo Antonioni de 1966. Nos dois filmes temos um protagonista obcecado em resolver um assassinato. A única coisa que muda de um filme para o outro é que em Blow Up a mediação da reconstrução do crime era feita pela fotografia e aqui é feita pela mediação da gravação de áudio.
Não apenas ref Blow Up, temos várias referências fílmicas de seus projetos anteriores. Em um ponto do no filme um dos personagens assiste na televisão o filme "Murder a la Mod", um filme que ele dirigiu em 1968.
Há também referências históricas que são bastante exploradas no filme, como o Watergate, o Assassinato de John Kennedy e, talvez o mais explícito , o incidente em Chappaquiddick, assista o filme e procure no Google sobre o que se trata.
Assim como vários filmes de Brian De Palma, Blow Out explora o poder da culpa; tanto Jack quanto Sally são motivados a fazer a coisa certa pelos seus erros no passado. De Palma também revisita o tema do voyeurismo, recorrente em muitos de seus trabalhos anteriores (por exemplo, "Hi, Mom!", "Sisters" e "Dressed to Kill").
Blow Out é um filme em que a forma e o estilo compõe uma parte fundamental na narrativa. Primeiro temos uma discussão metalinguística subliminar bastante interessante onde o filme vai discutir o próprio papel dos filmes, especialmente nas cenas onde mostra toda a interação entre som e imagem e os métodos em que eles são re-editados, remixados e rearranjados. A edição, aqui, em vez de recortar a realidade vai costurá-la para apresentá-la objetivamente, o que de fato aconteceu.
Resumo: Enredo intrigante, personagens interessantes, metalinguagem sublime e muito estilo. Nota 10.
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