quarta-feira, 3 de junho de 2015

Crítica: A Incrível História de Adaline (Lee Toland Krieger, 2015)



Acabei de ver "The Age of Adaline", A Incrível História de Adaline, esse novo filme dirigido por Lee Toland Krieger (nunca ouvi falar) e escrito por J. Mills Goodloe e Salvador Paskowitz (idem).

O argumento do filme é esse:

"O filme é sobre a história de Adaline Bowman (Lively) de vinte e nove anos que nasceu no século XX, que sofre um acidente, e sobrevive, mas traz com ela, uma maldição, a eternidade.

Após este lamentável acidente, ela decidiu se isolar das pessoas e fica escondida há oito décadas, evitando assim que seu segredo seja descoberto. Um dia conhece um jovem rapaz e se apaixona por ele, e decide que é a hora de lutar e acabar com sua maldição."

Bem, até ai nenhuma novidade. O tema da "maldição da juventude eterna" já foi muito bem explorado em livros como o "Retrato de Dorian Gray" de Oscar Wilde (a obra definitiva e insuperável para esse argumento) e praticamente toda literatura e filmografia sobre vampiros.
Esse argumento é presente em outros filmes também como o "Homem Bicentenário" de Chris Columbus. Nada de novo no Front. Mas vamos ver como ele trabalha aqui.

Para explicar a "imortalidade" de Adaline entra uma espécie de narrador onisciente e atemporal que arranha uma explicação científica ridícula e nada convincente. Não que precise ter um rigor científico para uma história absurda mas se ao menos assumisse o tom de fábula mágica (coisa que o filme NÃO faz, apesar de ler uma crítica que diz que faz) seria melhor, ao invés disso há explicação meio tirada de Shelley (choque elétrico, estimulação galvânica de um corpo morto) meio tirada de uma garrafa de vinho.

Mas vamos abstrair isso, o motivo do filme é outro, o foco mesmo é o universo particular de um personagem jogado nessa situação.

Bem, nisso o filme se mostra medíocre (não necessariamente ruim).
O filme até que consegue explorar bem a solidão de Adaline.
A ideia de vários passados e várias histórias diferentes que se acumulam culminando num único indivíduo é bem interessante.
A ideia de contar a história de alguém condenado por circunstâncias inexplicáveis, que está sempre em fuga, sempre olhando com profunda melancólica um presente que nunca termina também é interessante.

Se continuasse nessa pegada mais dramática/filosófica seria ótimo. Mas infelizmente o filme se perde numa trama de amor digna de Nicholas Sparks e termina num Happy End totalmente vergonhoso, inverossímil e claramente forçado para deixar o público confortável.

É imperdoável que um filme com um argumento tão desafiador (embora não seja novo) seja tão benevolente com o público.

O grande destaque do filme é Harrison Ford, que interpreta o personagem William Jones. Mas apenas uma boa atuação não segura um filme cheio de erros.

No mais é bem filmado, apesar de tudo, o figurino é "OK" e o ritmo combina com a proposta.

Nota 4.

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