Apenas um Gigolô é um filme ambientado no crepúsculo da Republica de Weimar, em Berlim nos anos 20. Temos David Bowie no papel do oficial prussiano Paul Ambrosius von Przygodski, que acaba de voltar dos combates da Primeira Guerra e encontra um país totalmente diferente.
Para sobreviver, torna-se um gigolô de uma rica baronesa ao mesmo tempo que tenta prestar contas morais aos seus antigos amigos de regimento, que estão se transformando em nazistas e vendo as mudanças no país com o mais profundo asco.
Este filme é dirigido por David Hemmings (você deve conhecê-lo no papel do fotografo em Blow Up de Michelangelo Antonioni). Aqui ele também faz o papel do capitão Hermann Kraft.
Ele é uma mistura muito interessante de comédia com drama, feito com textos geniais. Uma análise política, mas não panfletária, da situação política e cultural na Alemanha naquela época, e ainda com um humor refinado.
David Bowie está com uma atuação elegante e "pavônica". Seu personagem em alguns momentos parece o quixotesco tenente Joachin von Pasenow do livro "Os sonâmbulos" de Hermann Broch, alguém do passado perdido em meio aos novos dias, e o símbolo de um paradoxo de um homem tradicional jogado no mundo moderno em toda sua loucura e fanatismo reativo. Com a diferença que o personagem de Bowie, como um camaleão, soube se adaptar aqueles dias.
Me espantou ver que o filme teve uma recepção morna. É um filme excelente. Quando acabei de assistir a primeira vez não tinha informação nenhuma. Ele me soou como um clássico inegável do cinema.
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