domingo, 28 de junho de 2015

Crítica: Um Corpo que Cai (Alfred Hitchcok, 1958)


Vertigo, ou, nas horrorosas traduções, "Um Corpo que Cai" (Brasil) e "A Mulher que Morreu Duas Vezes" (Portugal), é um filme de suspense de Alfred Hitchcok de 1958.
Indicado em duas categorias para o Oscar em 59, melhor som e melhor direção de arte, e premiado no Festival de Cinema de São Sebastian em 1958, Hitchcock como melhor diretor e James Stewart como melhor ator. O filme até hoje causa fascinação.
Foi eleito pela Sight and Sound como o melhor filme de todos os tempos numa lista de 50 outros filmes fodas, retirando o reinado de Cidadão Kane. Nesta foram ouvidos não menos que 846 críticos, programadores, acadêmicos e distribuidores que devotaram suas vidas à Sétima Arte.
O filme conta a história de Scottie (James Stewart), um detetive policial que, depois de um incidente num telhado durante uma perseguição a um bandido, onde ele vê seu companheiro cair de uma altura gigantesca, passa a ter acrofobia e se aposenta.
Então Gavin Elster, um antigo amigo de faculdade, pede para que Scottie siga a esposa dele, Madeleine Elster, afirmando que ela está possúida pelo espírito de uma mulher chamada Caroltta Valdes, ex-esposa de um magnata que foi abandonada, ficou louca e se suicidou.
Não vou revelar muito do filme pois a graça dele está nas surpresas que você terá ao assistir. Coisa que Hitchcock faz como ninguém.
Hichtcok é um filho da puta de um manipulador. Ele manipula a sua atenção onde quer, te faz concluir coisas que não eram pra ser concluídas.
Parece que ele sabe exatamente o que você pensa quando está assistindo um de seus filmes e conhece a fórmula perfeita para te surpreender, no momento certo, da maneira certa, quando você menos espera e sem nenhuma "forçação de barra". Alfred Hitchock é o mestre do "Plot Twist", recurso tão mal utilizado hoje em dia.
Ele brinca com o sentimento, com a espiritualidade, com a nossa tendência de racionalizar tudo ou de mitificar tudo. Em certos momentos te faz acreditar que Madeleine Elster está realmente possuída, outras vezes nos leva a abordar tudo numa questão científica, que ela é apenas louca e, depois, desenvolve reviravoltas insanas ao ponto de você não querer desgrudar os olhos da tela em nenhum minuto.
Isso é que é ter um total domínio da sua narrativa. Não é atoa que ele é mestre.
O filme é carregado de experimentalismo com cores e sons. A narrativa é conduzida de uma forma bastante imagética. Cada elemento cenográfico é importante; os objetos em cena nos conta alguma coisa essencial para a trama; um colar, um penteado, um buquê de flores, uma locação, um quadro, enfim, são todos atores que desempenham papéis importantes nesse filme.
No fim, o resultado é instigante e extremamente cerebral. Uma verdadeira aula de cinema.

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