domingo, 15 de janeiro de 2012

A Separação (Asghar Farhadi)



 


A Separação mostra toda maestria do cinema em pegar uma situação trivial, um comum embate judicial entre duas famílias, e fazê-lo com que você se indentifique com todos os lados, entenda todos os lados, e por mais incrível que pareça, independente de você ter ou não passado pela mesma situação ou não.

A trama se foca no drama do casal Simin e Nader e sua filha Termeh.

Simin está querendo deixar o Irã a contragosto do marido, que deseja ficar no país, pois está preocupado com seu pai, que sofre de Alzheimer. Decepcionada, Simin entra com pedido de divórcio, que é negado pela vara de família. Ainda assim, ela decide sair de casa, deixando Termeh para trás. Sem conseguir lidar com todas essas mudanças, Nader contrata a jovem Razieh para cuidar de seu pai doente. Grávida, a moça está trabalhando escondida do marido, que no momento está desempregado, e não consegue saldar as dívidas da casa. Razieh, faz um esforço enorme para ir trabalhar, sempre acompanhado de sua filha pequena. Fica sob sua tutela os cuidados do pai de Nader. Nesse intercurso, por motivos maiores (que não vou revelar), ela acaba se descuidando do idoso, e Nader acaba expulsando-a de casa depois de uma dramática discussão. No dia seguinte ele descobre que Razieh abortará no mesmo dia, e começa para ele um penoso processo judicial.

O fascinante desse filme, e talvez seja a proposta capital do diretor, é mostrar o drama psicológico familiar do casal e todos seus tentáculos, da vida social pública a vida privada. O fio da trama problematiza questões como verdade, mentira, religião, problemas econônicos, problemas familiares, reputação, dignidade e todas suas correlações.

Uma trama desenvolvida com muita maturidade que elimina o maniqueísmo de bem e mal, colocando no seu lugar a dicotomia "erros x acertos" e, mesmo assim, perfeitamente justificáveis ou compreensíveis, fazendo que você não se sinta a vontade de tomar nenhum partido, apenas que se resolva de forma satisfatória para ambos os lados.

O filme ganhou o Urso de Prata e melhor ator e atriz pela interpretação coletiva no Festival de Berlim 2011, e melhor filme em língua estrangeira no Globo de Ouro 2012.

Achei o filme pra baixar aqui
Aproveitando a deixa, indico aqui também este excelente blog sobre cinema iraniano.
IMDB

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