sábado, 21 de maio de 2011

Glauber Rocha e a sua imortal homenagem ao Di Cavalcanti

Glauber Rocha é um cineasta que sempre me intrigou.
De todos os brasileiros que eu conheço ele é de longe o mais ousado, o mais alegórico e o mais original.
Nesta mistura brasileira de ousadia, inteligência, originalidade, entre outras qualidades ele compõe sua "feijoada cinematográfica" única, que está presente em sua quase perdida obra "Di Cavalcanti Di Glauber (Ninguém assistiu ao enterro de sua quimera, somente a ingratidão, essa pantera, foi sua companheira inseparável) ".
Esta criação de Glauber nasceu da sua louca mente em fazer uma homenagem ao pintor Di Cavalcanti durante o seu velório, sob protesto dos familiares.

Glauber ousa colocar o enterro do estimado pintor sob sons festivos e carnavalescos, tirando todo o peso cultural da morte, quebrando o clima de dor e substituindo por um clima de alegria.
Desafiando esse tabu da morte, e mostrando aspectos de sua vida, a sua relação com o pintor, Glauber Rocha ao filmar a morte acabou filmando na verdade a vida.

Quebrar o tabu da morte foi algo tão impactante que até hoje a família proíbe a exibição do filme.
A alegação da família é que o clima fúnebre sagrado deveria ser respeitado, e Glauber teria sido desrespeitoso com o finado. Entretanto eu acho o contrário.
Carnavalizar a morte, e exaltar os aspectos da vida de Di Cavalcanti é a mais bela forma que vi de homenagem.
Menosprezar o significado da morte é superá-la com as lembranças da vida. Dizer que a vida e a obra de Di Cavalcanti foram tão boas e construtivas que a morte se torna um mero pretexto para uma comemoração da vida e do legado do pintor, que sobreviverá.

Abaixo o filme:



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