terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Cenas de um Casamento - Ingmar Bergman

Digamos que essa é a minha primeira resenha de um filme cult que fiz na minha vida, escrita dia 3 de Maio de 2008, e publicada no meu antigo blog.



Cenas de um Casamento


Dados do Filme :
Título Original: Scener Ur Ett Äktenskap
Gênero: Drama
Duração: 299 min (155 minutos a versão editada).
Ano: 1974 (Suécia)
Direção: Ingmar Bergman
Roteiro: Ingmar Bergman
Distribuição: Versátil Home Vídeo


Resenha :
Lançado em 1974, e inicialmente produzida para a TV sueca, o filme conta a historia de Johan (Erland Josephson) e Marianne (Liv Ullman), casados há 10 anos, com 2 filhas e com uma vida aparentemente boa; numa situação financeira bastante agradável, ambos muito bem sucedidos em suas respectivas carreiras profissionais; ela como uma advogada na área de direito familiar, e ele um médico.
A película na verdade é uma versão editada de 155 minutos (sua verdadeira duração é 299 minutos), que se dividem em 6 episódios, e segundo Bergmann, depois que a minissérie passou na TV, houve um substâncial aumento no número de divórcios e também na procura por consultores de casamento, e não é pra menos, o filme expõe as visceras das relações afetivas dentro de uma convenção matrimonial imposta culturalmente pela socidade.
O filme inicia com o casal sendo entrevistado por Palm (Anita Wall), uma repórter de televisão, para uma matéria sobre que fazem para o matrimônio deles seja tão bem sucedido, num simbólico gesto de idealização conjugal, o filme simplismente destroi a instituição do casamento, mostrando como uma convenção humana das relações afetivas destroem as mesmas.
A sequência segue com a visita de um casal conhecido deles para um jantar, Katarina (Bibi Andersson) e Peter (Jan Malmsjö), que demonstram um casamento totalmente problemático, e isso deixa Marianne com uma “pulga atráz da orelha”, e começa questionar até quando um amor dura.
Essa ideia é desenvolvida durante a trama, ainda mais quando em uma de suas consultas profissionais, ela recebe Sra. Jacobi (Barbro Hiort af Ornäs), dizendo querer se divorciar do marido após 20 anos de casamento, por sentir que não há amor no seu matrimônio, o que provocou uma atrofia em suas emoções.
Marianne fica perturbada com o relato e, quando vai jantar com Johan, eles não conseguem uma maior aproximação, o que no princípio era um mar de rosas, logo evolue para o inevitável declínio da relação.
Nesta noite eles conversam sobre a deterioração de sua vida sexual, mas o que pega Marianne totalmente desprevenida é quando Johan diz estar apaixonado por Paula, que é bem mais jovem que ele, e que pretende viajar logo com sua nova paixão para Paris. Marianne tenta se controlar ao máximo e aparentemente se mostra compreensiva, mas na verdade está inteiramente desesperada.
Bergman disseca o doloroso processo de separação de seu casal “ideal” de maneira seca e sutil. O resultado incomoda, mas é absurdamente belo, dentro das personagens aflora-se os mais ocultos ressentimentos e amarguras.
Não há nenhum tipo de trilha sonora, o filme não cai naquele sinismo sentimentalóide, e nem erra em tentar parecer algo próximo a um “auto-ajuda” pra casais desesperados. O filme é quase documental e muito maduro.
Vale a pena.

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